A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública na manhã desta quarta-feira (20 de março), no Plenário Carino Saraiva, para debater a prevenção de incidentes na barragem da represa Várzea das Flores e os eventuais impactos sociais e ambientais em caso de rompimento. O evento foi solicitado pelo vereador Adelio Carlos (PDT), por meio do Requerimento nº 231/2019. Após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, o parlamentar foi procurado por várias pessoas do Bairro Nossa Senhora de Fátima, local em que reside, que manifestaram preocupação com a represa Várzea das Flores. Adelio fez uma visita in loco com técnicos da Copasa, empresa que detém a concessão para explorar a represa. Os representantes da Copasa asseguraram que não existe risco de rompimento e que o local é constantemente monitorado. Apesar dessa assertiva, Adelio sugeriu que seja construído um paredão ao longo da barragem para garantir a total segurança da população. A ideia será analisada pela Copasa. No entendimento do vereador Leo Contador (DEM), é preciso aprofundar o diálogo com a Copasa e propôs que seja criada uma comissão para acompanhar os estudos relativos à Várzea das Flores. Essa comissão será composta por representantes da Câmara Municipal, Prefeitura e sociedade civil. Presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Proteção Animal, o vereador Palmerinho (PV) defendeu que seja exigida da Copasa a obtenção do licenciamento ambiental junto aos órgãos competentes. Tragédia em minutos O engenheiro sanitarista Mauro Costa Val apresentou em slides o risco hidrodinâmico, que consiste na altura da onda aliado à velocidade da água, existente no caso de rompimento da barragem de Várzea das Flores. Como o adensamento populacional no entorno da represa é muito grande, as consequências seriam trágicas. Em dois minutos, a força e a velocidade fariam com que a água chegasse ao Betim Shopping. Numa longa explanação, o gerente da Copasa e responsável pela Divisão de Produção da Bacia do Paraopeba, Mauro Diniz Carneiro, garantiu que todo o rigoroso monitoramento realizado até hoje não apontou risco de rompimento. Equipamentos de alta tecnologia, dispostos ao longo do maciço da barragem, atestam que há plena segurança. A despeito disso, a Copasa contratou a DAM Engenharia e Consultoria para fazer um laudo sobre a barragem e aferir suas condições. O relatório ficará pronto em julho de 2019. O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ednard Barbosa, lamentou que a Copasa não obteve até hoje o licenciamento ambiental para explorar a represa, mesmo tendo a concessão e explore a água há décadas. Ednard explicou que foi elaborado um Plano de Enfrentamento e Prevenção de Catástrofes. Nesse contexto, Várzea das Flores, Petrobras, distribuidoras de gás e a Brasmic Mineração, Areia e Brita mereceram imediata fiscalização a autuação. A dificuldade de obter dados oficiais da Copasa foi apontada pelo presidente da Associação dos Protetores, Usuários e Amigos da Represa Várzea das Flores (Apua-Várzea das Flores), Ronner Gontijo. Ele cobrou mais transparência da empresa nesse quesito. O gerente de Sistema de Infraestrutura Hídrica do Instituto Mineiro de Gestão da Água (Igam), Walcríslei Luz, informou que o órgão segue uma diretriz nacional que impôs o Plano de Segurança de Barragem. Todas as barragens em Minas Gerais terão de fazer um cadastramento. Sobre a barragem de Várzea das Flores, Walcríslei revelou que o Igam fez uma averiguação no local e nada de preocupante foi detectado. Vários populares fizeram perguntas às autoridades presentes à Audiência Pública, que contou também com a participação dos vereadores Paulinho Vicentino (PPS), Roberto da Quadra (PHS) e Ciene do Pinduca (PP), além do superintendente municipal de Defesa Civil, Ramiro Barros Coelho, e do vereador de Contagem, Capitão Fontes. Diretoria de Comunicação Social Jorn. Wagner Augusto