A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública na tarde desta quarta-feira (8 de março), no Plenário Carino Saraiva, para debater a implantação de atendimentos médicos pediátricos oncológicos no município, a criação de grupos de geração de trabalho e renda para atender à mães de crianças e adolescentes em tratamento e apoio psicológico às famílias dos pacientes que lutam contra a doença. A iniciativa da discussão partiu do vereador Professor Wellington, presidente da Comissão Permanente de Saúde, por meio do Requerimento nº 565/2023, aprovado unanimemente.

A primeira secretária da Mesa Diretora e presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Angela Maria, representou o presidente do Poder Legislativo, vereador Leo Contador, e fez a abertura dos trabalhos.  Angela disse que o diagnóstico de câncer em um filho é uma notícia devastadora e que as famílias enfrentam várias dificuldades ao longo do tratamento. “É fundamental que os pacientes pediátricos tenham acesso a um tratamento especializado e de qualidade, com profissionais capacitados e equipamentos adequados. Jamais podemos perder de vista a dimensão médica e emocional desses casos”, ressaltou a vereadora, que se congratulou com todas as mulheres pelo trans curso do seu Dia Internacional.

O vereador Professor Wellington apontou que ao longo do exercício do mandato tem aprendido muito sobre os graves problemas que afetam a sociedade. "A luta contra o câncer é uma das causas mais nobres que podemos abraçar no âmbito do Poder Público. Por meio do debate vamos buscar apoio aos pacientes e suporte aos familiares. Existem gargalos no atendimento em Betim e precisamos melhorar muitos aspectos para evitar que as pessoas tenham que se deslocar para Belo Horizonte", afirmou Professor Wellington.

 Sofrimento e dificuldades para as famílias

Criador, há 27 anos, do Projeto Apadrinhe uma Infância, Sargento Anísio Izidoro relatou as grandes dificuldades enfrentadas pelas crianças e famílias no deslocamento para Belo Horizonte. Esses pequenos pacientes vão e voltam passando mal e necessitam de transporte adequado e confortável.

A presidente da Organização de Apoio às Pessoas Vítimas do Câncer (ORCCA), Gorete Ássimos, explicou que o câncer não é apenas uma doença e sim um fenômeno social, pois afeta não apenas o paciente, alcançando os familiares e amigos. Gorete frisou que a prevenção continua sendo a melhor forma de evitar o câncer e o município deve melhorar a realização de exames, tal como a mamografia. "Outro empecilho severo é o transporte para os pacientes oncológicos e seus acompanhantes. Muitas pessoas não tem dinheiro para pagar as passagens de ida e volta para Belo Horizonte. O município precisa regulamentar a Lei que garante a gratuidade do transporte para esse público, bem como a isenção do IPTU”, cobrou Gorete.

Raquel Rossi, fundadora do Projeto Una Guerreiras, indicou que é fundamental a estruturação do setor de urgência e emergência para acolher o paciente oncológico nas unidades de saúde do município. Daniele Ferreira dos Santos, mãe de uma criança que faleceu vitimada pelo câncer, apresentou um depoimento em que foi apontado o sofrimento para quem acompanha o tratamento de um paciente oncológico.

O vereador Rony Martins lamentou que muitos profissionais não exercem com zelo e competência as suas funções e falta empatia para com o próximo. Essa realidade impacta ainda mais os que estão fragilizados pela doença.

O vereador Gilson da Autoescola ressaltou a importância do olhar atento do Poder Público para os pacientes oncológicos, particularmente com as mulheres. Gilson relatou o caso da sua mãe que, aos 75 anos, foi diagnosticada precocemente com um câncer no fígado e obteve a cura por meio do imediato tratamento.

O assessor e representante do deputado estadual Professor Wendel Mesquita, Clayton Salamim, colocou o Gabinete do parlamentar à disposição para ajudar a viabilizar as demandas apresentadas na Audiência Pública.

Nova equipe

O secretário municipal de Saúde, Cláudio Arruda, prometeu trabalhar firme com a sua equipe para tentar sanar os graves problemas verificados  no setor. Uma das medidas tomadas foi estreitar os laços de comunicação com o Poder Legislativo e os líderes comunitários. "Temos inúmeros problemas na saúde, muitos deles herdados de administrações passadas. Montamos uma equipe altamente técnica e qualificada, especializada no Sistema Único de Saúde (SUS), para lutar por melhorias. Estamos no caminho certo", garantiu o secretário.

Acerca do atendimento oncológico na pediatria, Cláudio Arruda conversará com o Hospital Evangélico, a Organização Social que tem parceria com a Prefeitura Municipal de Betim, para tentar implantar essa conquista para a população.

Professor Wellington sugeriu à Secretaria Municipal de Assistência Social que gere trabalho e renda para as mulheres que têm parentes em tratamento oncológico, pois é impraticável manter o emprego e cuidar de um ente querido.

O vereador apontou que o paciente diagnosticado com câncer deve ser encaminhado imediatamente para o Setor de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde para o início do tratamento, sem delongas. Outra demanda urgente que será acompanhada de perto é a melhora do transporte para os pacientes e familiares, que necessita de agilidade e maior empatia.

Empossada há 105 dias como diretora de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Rafaela Souza Coura prometeu ouvir os clamores dos usuários e buscar agilizar os atendimentos.

Diretoria de Comunicação Social – Jorn. Wagner Augusto